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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Ode à frustração !

Domingo na casa da avó sempre tem almoço divino. Junte a divindade com excesso e uma pessoa gulosa. Não, simplesmente não dá certo essa singela união. Depois disso tudo, vá para a rua dizendo que só vai tomar uma garrafa de cerveja e no final tome duas, três, quatro... Sim, essa junção não é lá das melhores. Principalmente porquê no auge dos seus pendores etílicos; debaixo de um coqueiro você acredita que está nas Bahamas. Depois de acreditar nisso você grita para seu fiel amigo:  " Vamos ser capitalistas baby, vamos aproveitar nosso momento nas Bahamas. Vamos chamar o garçom e pedir o drinque mais caro do planeta. Vamos destruir Marx e todo seu socialismo medíocre." (gostaria de deixar bem claro que eu só falei isso pois não estava com minhas faculdades mentais certas).
 Depois de um sono merecido me deparo com a segunda feira. Digamos que a meu ver a segunda feira é igual o primeiro dia do ano. É o dia do desafio, da promessa, de mentir para si mesmo. Nunca foi um problema para mim admitir que amo loucamente comer. Depois da preguiça digamos que esse é o meu pecado predileto e mais praticado. É um momento único, ímpar, sublime... É ali que extravaso toda a minha raiva, minha cabeça. Eu me jogo ! E no início da semana é sempre difícil. Todos os domingos eu faço a promessa da segunda feira. Promessa essa que nem dura até a outra segunda. A única coisa que eu nunca fui capaz de admitir é que esse louco e desesperado amor está me trazendo prejuízos. Com meus dezenove anos desenvolvi um grave quadro de gastrite sem falar no meu sobrepeso. Tenho ciúmes de ver outra pessoa comendo o mesmo que eu. Penso que aquele alimento poderia ser meu e está ali, bem na minha frente e na boca de outro alguém. Isso não me deixa orgulhosa. Muito pelo contrário. Eu amo de forma exacerbada algo que nada mais é do que minha manutenção vital.
Parece ironia do destino. Faço uma faculdade onde se é aprendido todo o poder dos alimentos. A única coisa que desejo é que um dia o alimento deixe de ser um desabafo, ternura e um exagero de tesão e passe a ser simplesmente alimento. E salve a segunda feira. Sem ela nem sei o que seria de mim e de todos os frustados do mundo.

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